domingo, 27 de setembro de 2015

Diário de um amor proibido - Cap 13




No capitulo anterior: 

Esperei eles entrarem, encostei no portão respondi a Poliana e coloquei meu fone de ouvido e fui caminhando olhando pros lados, quando recebi uma mensagem do meu pai.
- Se prepara, temos que conversar, você não serve pra nada mesmo.
Eu não entendia o que se passava pela cabeça dele, uma hora ele tentava ser legal, na outra agia como um idiota. Ele me magoava como ninguém nunca me magoou, mas ele era meu pai...eu estava péssima porque a violência estava vindo de casa, quando eu esperava que viesse das ruas, de "amigos", mas eu estava sofrendo do meu pai, de uma pessoa que dizia que me amava, que me dizia que eu era tudo para ele...em meio a esses pensamentos deixei algumas lagrimas escapar, levantei minha cabeça e vi uma mulher claramente gritando e fazendo sinal com a mãos do tipo "Saia dai", olhei para frente e vi um carro vindo em minha direção...e tudo ficou tão escuro.






Depois de algumas horas, abri meus olhos com grande dificuldade, olhei para os lados e apenas enxergava pequenos borrões em volta de mim...varias vozes, uma cobrindo a outra, isso era tudo muito estranho, eu não fazia ideia do que estava acontecendo.
Me recuperei depois de alguns minutos, me sentei na cama em que estava, olhei para frente/lados e la estavam alguns amigos, e uns familiares.

- Anna, você esta bem? - Minha tia falou em um tom desesperador.
- Hum, eu estou sim tia, o que aconteceu? - Falei com grande dificuldade, devida a uma dor enorme que impedia a saída de minha voz.
- Acabei de chegar aqui, mas pelo o que eu entendi a mocinha não prestou atenção na rua, nos carros e tudo mais...Anna...Anna.
- Entendi, me desculpe.

Quando notei alguns amigos estavam olhando para mim sem nenhuma reação aparente, enquanto isso minha mãe estava ali sentada em uma poltrona.
- Cade o pai? - Perguntei olhando para minha mãe.
- Ah, não se preocupe, ele esta ocupado e não pode vir.

A pergunta era, sera mesmo que ele estava ocupado?! Ou estava me evitando?! era bem tipico do meu pai, "fugir" desse tipo de coisa, mas eu não ligava mesmo.
 - Seu celular quebrou a tela mas a gente levou para arrumar, amanha vai estar pronto ta. - Antes mesmo de eu poder falar algo, minha mãe já tinha tocado no assunto.
- Ah tudo bem, obrigada mãe.

Fiquei por horas conversando dentro da sala do hospital, depois de algumas horas só restou minha mãe naquela sala...até que a porta do quarto abriu e meu pai estava ali, parado.
- Oi, desculpa a demora.
- Pensei que você não viria. - Minha mãe disse.
- Mas eu vim. - Dando um sorriso falso.
Ele se aproximou de mim, pegou uma cadeira e assim sentou perto de onde estava minha cama.
- A gente vai precisar conversar super sério Anna. - Ele disse com uma expressão bem séria.
- Pode falar.
- Não quero te sobrecarregar aqui, podemos conversar quando chegar em casa.
- Então ta.
Eu realmente não sabia se isso era bom ou não...mas estava confiante de que tudo iria ficar bem.


Acordei logo de manhã, com a voz da minha mãe:

-Vamos para a casa. - Minha mãe falava com um belo sorriso no rosto.
Me levantei, saindo do quarto, e sendo parada pela enfermeira.
- Espero que fique bem, Anna.
- Obrigada, se cuida.
Fui para a casa junto com minha mãe, fiquei horas ali assistindo televisão, quando o telefone tocou.
- Alo.
- Anna, você ta bem? eu PRECISO da sua ajuda, preciso mesmo. - O Luan falava desesperado e com uma voz de choro.
- Você pode vir aqui pra casa, eu to aqui já.
- Okay, okay.
Quando fui falar tchau, ele simplesmente desligou o telefone, aquilo era estranho, mas apenas o esperei.

Depois de algumas horas, a campainha tocou, fui atende-la...logo quando abri a porta o Luan a abriu chorando de um jeito desesperador, que eu não entendi uma palavra do que ele se quer falava.

- Luan, respira, se acalma, e me conta. - Eu tentava o confortar.
- A....minha....mããããe...
- O que tem ela? calma, senta ai que eu vou te acalmar. - Falei de um jeito calmo, e indo para a cozinha pegar algo pra ele tomar.
Depois de um tempo, fui para a sala, e dei uma xícara de chá para ele tomar.
- Ta mais calmo?
- Ai...eu não...sei
- Pode me explicar agora?
- Posso. - Falou abaixando a cabeça.
- Ta, então explica.
- Como você estava mal ontem, e tinha me acobertado para ir a casa do meu namorado, minha testemunha, no caso você...estava no hospital, então eu deveria estar la também, mas ninguém se quer me avisou...isso fez com que minha mãe desconfiasse de tudo, e por algum motivo ela descobriu aonde eu estava e foi até la,.. - Antes dele terminar de falar, começou a chorar.
- GAROTO O QUE ACONTECEU?????
- ELA ME COLOCOU ENTRE A PAREDE.
- Como assim Luan? - Perguntei meio confusa.
- Ela gritou comigo, perguntou se a gente namorava...eu e você claro, mas enfim meu namorado saiu me chamando de amor, imagina a briga...ela disse um monte, eu não sei mais o que fazer, não sei como vou esconder essas coisas já que agora ta muito na cara dela, Anna o que eu faço?
- Mas, o que ela falou sobre isso?
- Ela disse que to proibido de ficar saindo com qualquer um...e que se eu fosse gay era pra falar de uma vez, e eu disse que não sou e ela literalmente me bateu mas disse que se houvesse mais algo assim eu iria morar em outro lugar.
- Posso te ajudar em uma coisa...se quiser, claro.
- O QUE AMIGA? O QUE?
- Posso fingir que estamos meio juntos, e assim eu confirmando a historia você e seu namoradinho ficariam bem.
- VOCÊ...FARIA...ISSO...POR...MIM???? - Ele disse surpreso.
- Sim, faria, alias farei. - Falei com grande certeza.

Luan me abraçou apertado, e resolvemos assistir televisão.
- Anna, o que aconteceu com a Poliana? Ela já sabe o que aconteceu?
- Não, acho que vou avisar por alguma rede social.
- Vai logo, eu assisto aqui sozinho, relaxa.
Me levantei, fui em direção ao computador, fiz o login e a avisei que estava sem celular e tudo mais, porém não obtive uma se quer resposta, era estranho em certo ponto...mas respirei e esperei mais alguns minutos até que ela respondeu, ficamos conversando, quando senti a mão do Luan tocando meu ombro.
- Ei, obrigada por tudo, mas eu preciso ir agora, você sabe neh? to de castigo. - Falou fazendo biquinho.
Fiquei alguns segundos pensando na situação do Luan, e o quanto é difícil isso, e se eu passasse por algo desse tipo, gostaria de ter alguém me ajudando, me fazendo sorrir sempre, foi ai que eu tive uma ideia.
- LUAN, VOU TE AJUDAR AGORA. - Falei gritando.
- O QUE FOI MENINA? AI CREDO BICHA LEVEI UM SUSTO.
- EU VOU COM VOCÊ ATÉ SUA CASA, CHAMO SUA MÃE E VOCÊ FINGE QUE NADA ACONTECEU E A GENTE DA UM SELINHO NA FRENTE DELA, O QUE VOCÊ ACHA?
- EUUU? TE DAR UM SELINHO? QUE NOJO, ECA ANNA.
- QUER SER REALISTA? QUER QUE SUA MÃE PARE DE ENCHER SEU SACO? ENTÃO PRONTO.
- ELA NÃO VAI CAIR POR CONTA DE UM SELINHO ANNA.
- ENTÃO A GENTE DA UM BEIJÃO E JÁ ERA, DISFARCE 100% COMPLETO.
- AI MENINA QUE NOJO, MAS VAMOS ENTÃO.

Avisei pra minha mãe que ia sair e levar o Luan, teve uma grande briga porque eu estava "doente" e precisava ficar em casa, mas não liguei muito não, apenas fui ajuda-lo. Andamos por alguns minutos, quando começamos a chegar perto da casa dele, demos as mãos um para o outro, e eu gritei.
- Eiiiii, eu trouxe o Luan.
A mãe dele subia as escadas da entrada com uma expressão de desconfiada no rosto, mas logo viu nossas mãos bem juntinhas, como se fosse um filme romântico.
- Anna, olá, você trouxe ele...você esta bem? - Me olhou com uma expressão desconfiada.
- Ah, eu to bem sim, resolvi trazer ele aqui...
- Ah obrigada. - Ela agradeceu mas já foi puxando ele para dentro.
Quando vi aquela cena pensei "É agora, vai Anna, é agora".
Puxei o Luan pelo braço.
- Nossa amor, como você ousa falar um tchau sem me dar um beijo.
Antes de sua mãe tentar o puxar de volta, apenas fechei meus olhos e cheguei perto de seu ouvido.
- Finge que ta gostando pelo menos, seu gay.
Depois de um beijo de alguns segundos, me afastei e dei um sorriso, quando olhei pra sua mãe ela estava com um sorriso estampado no rosto, parecia que tinha ganhado na loteria...eu realmente não entendia.
- Hum então ta. - Luan disse coçando a cabeça meio sem graça.
Só vi o Luan entrando vermelho dentro de casa, e a mãe dele saltitando atrás dele, como se não houvesse amanha.

Sai sorrindo por estar ajudando meu melhor amigo, mas não demorou alguns minutos para chegar em casa...quando conseguia enxergar minha casa...meu pai estava ali parado na frente dele. Cheguei bem devagar e olhei para seu rosto.
- O que foi? Fiz algo? - Perguntei meio confusa.
- Por que? Você fez algo?
- Eu não, osh. - Fui entrando dentro de casa, quando ele segurou meu braço.
- Espera.
- O que foi?
- Vamos conversar. - Soltou meu braço e abriu a porta de casa.
Eu já estava gelando, sentindo o coração sair para fora (Ah não diga...vai sair para dentro dããr).
Me sentei no sofá, e percebi que meu pai também estava sentando do meu lado.
- Toma. - Ele estendeu a mão dando meu celular.
- Ai obrigada.
Mas antes de eu ter a oportunidade pega-lo, ele puxou novamente.
- Mas com algumas condições.
- Eita, o que é?
- Se afaste dessas amigas ai. - Ele me olhou com uma expressão de deboche.
- O que? É serio?
- Por que não seria?
- Você esta exagerando, são apenas amigas, meu deus, para de ser louco.
Só notei ele estendendo a mão.
- Jura pra mim?
Seria ruim mentir para ele novamente? Hum, talvez não.
- Juro sim. - Jurei com os dedos cruzados atras das minhas costas.
Meu pai me devolveu meu celular, e assim saiu do comodo em que estava.


E mais uma mentira acumulada...esta cada vez ficando pior.
Me pergunto todo santo dia...até quando vou conseguir esconder isso? Dói ter que mentir sempre, dói ter que manter essas coisas em segredos. Quanto tempo isso durara?!

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